O transporte público é uma das formas mais eficazes de as grandes cidades diminuírem a emissão dos gases causadores do efeito estufa. Um ônibus de transporte urbano, com 15 metros, é capaz de transportar mais de 45 passageiros, para o mesmo espaço serão necessários 3 carros, com capacidade de transportar no máximo 5 pessoas cada, o que dá um total de 15 pessoas. Ou seja, um terço da quantidade de pessoas para 3 vezes mais emissão de gases poluentes.
Pensando nisso, existem vários pesquisadores e instituições desenvolvendo projetos que utilizam energia solar em algumas cidades do Brasil, visando diminuir ainda mais a emissão de carbono. O uso da energia solar focado, principalmente, na geração de energia elétrica, vem sendo aplicado em diferentes setores do transporte urbano o que traz, para todos, um panorama bem positivo com relação à sustentabilidade.
Veja o que está acontecendo:
Em Curitiba
As famosas estações-tubo de ônibus de Curitiba passarão por uma transformação 30 anos depois de sua criação. Ganharão painéis flexíveis para produção de energia solar. Além da reforma em 85 delas, começará a ser executado o projeto para a instalação de painéis solares. A Universidade Federal do Paraná (UFPR) será a responsável pela fase de testes. Serão colocados painéis flexíveis diferente daqueles rígidos, que normalmente vemos nos telhados de casas ou empresas, e leves pois são filmes fotovoltaicos orgânicos. A superfície do telhado das estações-tubo serão adesivadas com vários desses painéis, conectados em paralelo e posteriormente a um inversor. A energia gerada será usada para o consumo da própria estação, com a abertura e fechamento das portas, elevador para acessibilidade, iluminação e pontos de carga USB para celulares.
Em Florianópolis
(imagem em destaque)
Em 2016, a necessidade de otimizar o tempo em uma distância de 26 quilômetros entre um laboratório de pesquisa e o campus central foi o que fez professores e alunos da Universidade Federal de Santa Catarina a criarem o eBus, o primeiro ônibus elétrico totalmente abastecido com energia solar no Brasil. Em 2022 o ônibus já havia completado o equivalente a três voltas ao mundo (mais de 120 mil quilômetros rodados). A universidade tem a perspectiva de replicar o modelo para as linhas de transporte público em todo o país, principalmente pelo fato de a energia solar não ter a necessidade de ser produzida pelo próprio ônibus, é possível captar e armazenar a energia solar em outros pontos, nos telhados das edificações por exemplo, e transferi-la para os ônibus poderem circular.
Em Campinas
Entram em circulação, ainda este ano, seis novos ônibus com ar-condicionado alimentado por meio de energia solar. De acordo com informações da Comil, fabricante dos veículos, os coletivos terão mais capacidade de refrigeração: enquanto um transporte comum possui 14 mil unidades térmicas britânicas (BTU’s), esses novos contam com 20 mil BTU’s. Além disso, serão movidos a biodiesel, contarão com conectores USB, iluminação LED, e três portas, sendo uma delas com elevador para acessibilidade. Segundo a empresa, os veículos são modulares, para facilitar a manutenção, cada um possui 43 lugares espalhados em 15 metros.
Em Petrópolis
Este ano a cidade passará a contar com 300 pontos de ônibus que terão painéis de energia solar, Wi-Fi e portas USB para carregamento de dispositivos eletrônicos. Segundo o prefeito da cidade, serão abrigos modernos que trarão mais conforto para os usuários, melhorando o sistema de transporte público da cidade.
Em Porto Alegre
Um projeto da Eletromidia em parceria com o Santander, terá, até dezembro de 2023, 35 abrigos de ônibus sustentáveis: os mobiliários fazem uso de energia solar e podem manter a iluminação por até três dias. O grande diferencial do projeto é que os assentos para os usuários são as próprias baterias utilizadas pelo sistema.
Em São Paulo
Foram colocados 60 veículos movidos exclusivamente à energia solar em circulação na cidade. A energia utilizada pelos ônibus é gerada por módulos fotovoltaicos instalados nas garagens da empresa e os veículos possuem baterias espalhadas ao longo de sua estrutura que armazenam e possibilitam os ônibus a andarem sem a necessidade de diesel, combustível altamente poluente e emissor de carbono.
Os meios de transporte causaram grande parte da poluição existente hoje no mundo, pois utilizam combustíveis de fontes não renováveis (petróleo, carvão mineral, entre outros) que emitem uma grande quantidade de gás carbônico, mas isso está se tornando passado para muitas cidades. A energia solar está participando cada vez mais no segmento de mobilidade e há um grande e significativo avanço dentro do transporte urbano.
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