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“Ônibus 174”, filme que retrata um dos crimes mais chocantes do país, completa 20 anos

Você com certeza já ouviu a frase “a arte imita a vida”. No caso dos documentários, essa afirmação é levada bem a sério. Hoje, trouxemos a história de um filme que completa 20 anos: “Ônibus 174”. Você lembra desse caso que deu origem ao longa?

No dia 12 de junho de 2000, às 14h20, o ônibus da linha 174 (atual Troncal 5), da empresa Amigos Unidos, foi sequestrado na zona sul do Rio de Janeiro. O local exato era o bairro do Jardim Botânico, em que o ônibus ficou parado por quase cinco horas, quando Sandro Barbosa do Nascimento invadiu o transporte. Para quem não se recorda, esse evento trágico foi transmitido ao vivo, pela televisão.

Com um revólver calibre 38 à mostra, Sandro pulou a roleta e sentou perto de uma das janelas. Vinte minutos depois, um dos passageiros conseguiu sinalizar para um carro da polícia, que então interceptou o ônibus.

O motorista, o cobrador e alguns passageiros conseguiram escapar, pulando pelas janelas e usando a porta traseira, mas dez passageiros foram tomados como reféns pelo sequestrador. Sandro chegou a atirar contra o vidro do ônibus para intimidar os fotógrafos e cinegrafistas.

Quando Willians de Moura foi libertado, restaram apenas reféns mulheres. Sandro então obrigou uma das passageiras, Janaína Neves, a escrever mensagens nas janelas, de batom, como: “Ele vai matar geral às seis horas”. Depois de um tempo, Sandro libera uma mulher chamada Damiana Nascimento Souza, que acabou tendo um derrame durante o acontecimento. Um dos momentos de maior tensão foi quando o assaltante fingiu ter matado Janaína. Tudo ocorria como um verdadeiro filme de terror.

Às 18h50, o sequestrador saiu do ônibus com a professora Geísa Firmo Gonçalves, usando-a como escudo. Infelizmente, um policial do Grupamento de Intervenção Tática tentou atirar em Sandro e acabou acertando a refém de raspão, no queixo. Nascimento, então, se abaixou e disparou à queima roupa, nas costas da professora.

Ela faleceu e Sandro foi imobilizado. Uma multidão tentou linchá-lo, mas ele foi colocado na viatura, em que acabou também morrendo. De acordo com a polícia, ele chegou a quebrar o braço de um policial e morder outros ao tentar tirar suas armas, por isso foi morto por asfixia, pelos policiais.  

Os policiais responsáveis pela morte de Sandro foram levados a julgamento por assassinato, mas declarados inocentes. Geísa Firmo Gonçalves foi enterrada em Fortaleza, no cemitério do Bom Jardim. O funeral reuniu mais de 3.000 pessoas.

O filme Ônibus 174, de José Padilha, é considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, de acordo com a Abraccine, Associação Brasileira de Críticos de Cinema. Padilha aborda a forma como o sequestrador foi vítima de um processo de exclusão social. O documentário mostra como o rapaz se voltou ao crime por falta de escolha, após ser um dos sobreviventes da Chacina da Candelária, em que oito menores foram assassinados, no ano de 1993.

Você lembra deste acontecimento ou já assistiu ao filme? Deixe seu comentário!

Fonte: UOL / Cine Click

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